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Moedas Digitais: plano detalhe de mãos mexendo em celular, com pequenas moedas vetorizadas saindo da tela, em uma alusão ao formato digital do Bitcoin - que não possui versão física da moeda.

Moedas digitais: entenda como o Bitcoin simboliza uma nova era

As moedas digitais voltaram a ser assunto em 2019 com a valorização não só do Bitcoin, mas também de outras criptomoedas. A previsão era de que 2020 marcaria uma valorização expressiva do Bitcoin, muito em função da aproximação do halving. A pandemia do novo Coronavírus e a incerteza que afeta o mercado financeiro tiveram impacto negativo nas projeções sobre a moeda digital, mas até fevereiro ela acumulava uma valorização de 70%.

 

Moedas digitais: o que é e como funciona o Bitcoin?

O Bitcoin nasceu em 2008, contextualizado dentro de uma das piores crises econômicas dos Estados Unidos. Satoshi Nakamoto responde pela criação da moeda, e do blockchain, uma tecnologia que torna possível a existência viável do Bitcoin enquanto criptomoeda.

Moedas digitais: a palavra bitcoin escrita em uma tecla de teclado de computador.


Nas transações tradicionais entre duas partes sempre há uma terceira, a instituição financeira, que faz a verificação da operação e assegura a realização da transação.
O Bitcoin inaugura a era em que a instituição financeira e os custos transacionais são eliminados da equação, e isso é possível em função de outra invenção de Satoshi: o blockchain.

Blockchain é uma tecnologia de banco de dados distribuídos, e que usa diversos computadores na rede para registrar dados, ao invés de um servidor central. As informações são salvas em blocos que vão se unindo à medida que sua legitimidade é validada.

 

Qual a diferença do Bitcoin para a moeda fiat (moedas regulamentadas por governos)?

Apesar da aparente similaridade, existem duas diferenças principais: concentração do poder e centralização.

O dinheiro fiat é regulamentado e controlado pelo governo, junto com as instituições financeiras que detém o poder de controlar transações e concentrar ativos dos usuários. Com as moedas digitais ocorre uma descentralização, permitindo que transações sejam muito mais transparentes, uma vez que o blockchain praticamente elimina a possibilidade de fraudes nas operações.

Moedas digitais: imagem mostra um plano detalhe de uma mão efetuando pagamento através do celular


Contudo, também existem similaridades: da mesma forma que acontece com as moedas regulamentadas, como dinheiro de papel e cheques, também é possível efetuar pagamento de contas com a moeda Bitcoin. 

No Brasil ainda é baixo o número de estabelecimentos que aceitam pagamento com Bitcoin, mas a tendência é que haja um crescimento. Isto porque em dezembro de 2019 foi anunciado que a Cielo fechou parceria com a Bitfy, carteira de moedas digitais, passando a oferecer opção de pagamento com Bitcoin em mais de 1,5 milhão de máquinas espalhadas pelo Brasil. Este é um sinal de que a moeda pode ganhar ainda mais popularidade à medida que as transações que utilizem moedas digitais se tornem mais acessíveis.

 

Blockchain: essa tecnologia é segura?

Como já explicamos o funcionamento da tecnologia blockchain, podemos fazer uma analogia para explicar a segurança das operações.

De maneira simplificada, é como se o blockchain fosse uma estação com um único trem controlado por muitas pessoas, e uma instrução só é repassada quando há um consenso entre os controladores. Ou seja, um novo vagão só pode ser atrelado quando validado pela maior parte dos controladores desse trem. 

Cada bloco, ou vagão, tem uma assinatura exclusiva, e armazena a sua assinatura e a do bloco anterior. Essa assinatura é conhecida como hash, e seria necessário desvendar todos esses hashs até se chegar no bloco em que estão os dados que o hacker quer alterar. 

É por isso que o Bitcoin funciona enquanto moeda digital, e quando uma ordem de compra ou venda é emitida existe a certeza de que essa moeda não está sendo usada mais de uma vez, por exemplo.

O hacker precisaria assumir o controle de grande parte da rede, encontrar em qual bloco está a informação que ele quer apagar e mapear as informações dos blocos, do atual até o número que possui a informação. Além disso, a operação precisaria ser completada em 10 minutos, que é o tempo para que um novo bloco seja criado.

Cada computador que participa dessa rede processa essas decisões lógicas e valida a união de um novo bloco, o vagão do nosso exemplo, recebe uma recompensa em forma de Bitcoin. É esse processo que é conhecido como “mineração de Bitcoin”.

 

O quão arriscado é investir em moedas digitais como o Bitcoin?

Muito. Investir em Bitcoin, e na maioria das criptomoedas, significa que você vai precisar estar sempre atento ao mercado financeiro, estudando e pesquisando indícios que podem influenciar na variação de preço das moedas, para saber a hora de tomar a decisão de comprar ou vender.

Da mesma forma que a bolsa, o Bitcoin tem altas e quedas, mas a principal diferença é que a taxa de variação pode chegar a extremos em poucas horas. Ao contrário da Bolsa de Valores brasileira, que conta com uma ferramenta chamada Circuit Breaker, não existe nenhuma regulação que proteja o Bitcoin de uma volatilidade excessiva.

Moedas Digitais: a imagem mostra o B de Bitcoin com duas barras verticais cortando a letra, imitando o cifrão.

A epidemia do novo Coronavírus causou incertezas no mundo, e incentivou uma breve desvalorização da moeda. Isso significa que uma janela está aberta para que no futuro haja uma supervalorização, principalmente por estarmos nos aproximando do Halving.

O processo que acontece, aproximadamente, a cada 4 anos, significa que um número X de blocos foi criado e adicionado à cadeia, e que a quantia de Bitcoins produzidos na mineração será diminuída pela metade. Isso ocorre porque Satoshi Nakamoto pré-definiu que existiriam no máximo 21 milhões de Bitcoins em circulação, e até o mês de abril de 2020 mais de 18 milhões já haviam sido minerados.

As moedas digitais vão além do Bitcoin, e também das questões de lucro, uma vez que representam uma ideologia de descentralização da economia, prezando pela transparência e segurança de operações. 

É com o blockchain que inúmeras possibilidades surgem, já que o protocolo, se globalmente adotado, eliminaria a necessidade dos bancos tradicionais. Além disso, blockchain também serve para outras aplicações, como uso em eleições (eliminando qualquer possibilidade de fraude), na realização de pagamentos internacionais e até para facilitar a venda de excedente de energia solar do produtor para o comprador.

>>> Se você já tirou suas dúvidas sobre Bitcoin e quer saber como investir de fato, procure colocar os sites de economia nos seus favoritos, como o InfoMoney, Exame, Valor, Por quê? e Investing.

 

Investimento em moedas digitais precisa ser declarado no imposto de renda?

Ainda não há uma regulamentação sobre moedas digitais no Brasil, mas isso não significa que você deva omitir esse tipo de investimento no imposto de renda.

É importante ressaltar que a declaração não implica em tributação, e essa cobrança vai depender dos seus ganhos.

Guarde todos os comprovantes das suas transações, para o caso de cair na malha fina. Para detalhamento de como declarar o investimento consulte a sua exchange ou o manual “Perguntas e Respostas 2020” da Receita Federal.

 

O seu perfil de investidor deve ser analisado na hora de decidir se as moedas digitais são uma opção, e se as operações de risco fizerem parte do seu interesse, as moedas digitais sempre são opções que podem render muitos frutos. 
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