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Dia da Mulher: histórias da realidade e da ficção para inspirar

Dia da Mulher: mulheres que fizeram história

O Dia da Mulher é uma data que relembra conquistas, mas também aponta como a luta feminina ainda tem muito o que trilhar em busca de direitos abrangentes, que incluam todas as mulheres.

Valorizar a história de mulheres que foram pioneiras em criar espaços para outras mulheres incentiva que mais mulheres lutem para buscar seus espaços. Conheça essas histórias:

 

Dia da mulher pioneira em quebrar padrões


Sabe quando você lê um livro ou vê um filme, e o grupo social do qual você faz parte é representado de maneira a te possibilitar conexão com a história ou com os personagens? Isso é representatividade.

Para entender um pouquinho mais sobre esse conceito, você pode assistir a essa fala da escritora Chimamanda Ngozi Adichie, sobre os perigos de uma história única:

A diversidade de mulheres em variados espaços da sociedade se torna muito importante para inspirar outras mulheres. Se você não está acostumada a ver mulheres ocupando o cargo de reitora de uma universidade, por exemplo, é possível que você interiorize que aquele espaço não é seu.

 

ARBITRAGEM

Uma das muitas coisas que as mulheres não tinham permissão para fazer antigamente era praticar ou se envolver com alguns esportes, que não eram considerados como condizentes com a natureza feminina. Léa Campos ajudou a quebrar muitas regras de época, e fez história como a primeira mulher a se tornar árbitra de futebol profissional do mundo, em 1967. 

 

ENGENHARIA / ARQUITETURA

Em uma área dominada por homens, a terceira mulher a se formar em engenharia no país fez história também na arquitetura. Carmen Portinho, juntamente com outras mulheres brilhantes, fundou em 1937 a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA), para estimular o entrosamento dessas profissionais e facilitar a entrada delas no mercado de trabalho.

 

ESPORTES

Em termos de esportes, em 1932 a primeira mulher brasileira competiu em uma Olimpíada: a nadadora Maria Lenk. Ela também foi a primeira mulher a se tornar diretora da Escola de Educação Física da UFRJ.

 

FORÇAS MILITARES

Voltando alguns anos na história, em 1972 nascia Maria Quitéria, a primeira mulher a integrar as forças militares do país, combatendo pela Independência do Brasil. Devido ao impedimento da época sobre mulheres no campo de batalha, ela se fez passar por um homem, conquistando respeito pelas suas habilidades. Em 1823 foi condecorada por Dom Pedro I, que gravou na história a sua importância em conquistas de batalhas e liderança de pelotões.

 

PILOTA

Mulher pode ser astronauta? Com certeza! A norte-americana Eileen Collins foi a primeira mulher a ser aceita como pilota na NASA, e também foi a primeira a comandar um ônibus espacial, em 1999.

 

PINTURA

As artes também renderam exemplos inspiradores: entre nomes importantes destacamos o de Tarsila do Amaral, que foi pintora, desenhista e tradutora brasileira, além de integrante do grupo que fundou as bases do Movimento Modernista. Seu quadro “Abaporu” é considerado o mais valioso do país – avaliado em pelo menos 30 milhões de reais.

 

POLÍTICA

Em 1934, dois anos após a conquista feminina do direito ao voto, Carlota Pereira de Queirós foi a primeira mulher deputada federal do Brasil; No mesmo ano, Antonieta de Barros foi a primeira deputada estadual negra do país. Em 2018 tivemos Joênia Wapichana como a primeira mulher indígena eleita para a câmara dos deputados. Ela também foi a primeira mulher índia a se formar em Direito, no ano de 1997, na Universidade Federal de Roraima.

Apenas em 1918 a baiana Maria José de Castro Rebello Mendes tornou-se diplomata no Itamaraty, sendo a primeira mulher a fazer carreira no serviço público brasileiro. Contudo, sua inscrição para concorrer ao cargo dentro do Ministério das Relações Exteriores foi rejeitada e foi preciso que um jurista, Ruy Barbosa, apoiasse publicamente sua inscrição para o cargo.

O Brasil tem uma taxa de representatividade de mulheres na política menor do que a média global, que fica acima dos 20%, segundo dados da pesquisa “Mapa das Mulheres na Política em 2019”, divulgados pelo Inter-Parliamentary Union (IPU). Na Câmara dos Deputados, 15% dos cargos são ocupados por mulheres, enquanto que no Senado a porcentagem fica em 14,8%. A porcentagem de mulheres liderando pastas ministeriais é ainda menor: dos 22 ministros apenas 2 posições são ocupadas por mulheres.

 

UNIVERSIDADES

Você sabia que foi em 1998 que, pela primeira vez, uma mulher negra assumiu um cargo de reitora? Ivete Sacramento abriu caminho na história ao assumir o cargo na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). 

 

Gammer, skatista, surfista... Tem mulher representando?

Muitas garotas já devem ter ouvido que certas coisas são “de menino”, como videogame, jogar futebol, lutar e por aí afora. E para incentivar cada vez mais meninas e mulheres, confira exemplos da presença feminina em áreas diversas:

 

GAMES:

No canal malena010102 você pode conhecer Malena, uma das jovens mais influentes na produção de conteúdo de games. O canal já conta com quase 6 milhões de inscritos;

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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SKATE:

Karen Jonz é tetracampeã mundial de skate, e enfrentou muito preconceito na luta para conquistar seu espaço. Para ser respeitada no meio ela precisava usar as mesmas roupas dos meninos, o que a instigou a criar uma linha de roupas de skate style para mulheres. O skate ainda é uma área em que há muito caminho a ser percorrido, uma vez que foi apenas em 2018 que aconteceu o primeiro campeonato em que a premiação para homens e mulheres era igual.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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SURF: 

A carioca Maya Gabeira é um dos nomes mais conhecidos no cenário mundial de surf, especialista em ondas grandes. Entrou para o Guiness Book em 2018, por surfar a maior onda ilimitada entre as mulheres, tornando-se a primeira surfista feminina a entrar no livro dos recordes.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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CONCURSOS DE BELEZA:

A liberdade feminina envolve justamente o poder de escolha, que inclui a possibilidade de ocupar todo e qualquer espaço existente. Em 2018, no tradicional concurso Miss Universo houve a participação da primeira mulher trans, a Miss Espanha Ángela Ponce. Homenageada pela organização do evento, Ángela conseguiu trazer mais visibilidade para mulheres trans, demonstrando a importância da representatividade.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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FUTEBOL:

Marta da Silva foi eleita como melhor do mundo por 6 vezes, 5 delas consecutivas. Cristiane de Souza Silva, é a maior artilheira feminina em jogos olímpicos. E esses são apenas dois nomes entre tantas jogadoras brasileiras talentosas, que ainda esbarram em inúmeras barreiras no país, tanto que acabam buscando contratações fora, onde o futebol feminino é mais valorizado.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Poderosas na ficção, inspiradoras na realidade

Muitas vezes o audiovisual é capaz de incentivar ações na própria vida de quem assiste, e nada melhor do que sugerir filmes e séries com personagens femininas fortes para entrarem na sua lista de favoritos:


1. Grey’s Anatomy

O seriado médico que já está em sua 16ª temporada apresentou ao mundo uma personagem icônica: Cristina Yang. Sandra Oh interpretou a personagem que se torna uma cardiologista renomada e tem frases marcantes, principalmente quando se trata de valorizar a sua carreira.

 

2. Valente

A princesa Merida marcou uma revolução nos filmes de princesas da Disney: o cabelo cacheado, sua habilidade com montaria e a recusa em aceitar um casamento arranjado são 3 fatores que fazem com que ela quebre paradigmas e inspire meninas que não eram representadas em filmes de princesas.

 

3. House of Cards

Claire Underwood é uma personagem multifacetada, que ganha notoriedade ao longo da série, utilizando toda a sua inteligência para conquistar poder. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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4. Malévola

O filme de 2014 traz uma quebra de roteiro bastante interessante, demonstrando que o amor salva – e não necessariamente precisa ser o romântico. 

 

5. Lilo e Stitch

Uma história sobre amizade e família, não importando a configuração. A animação também apresenta o Havaí através dos olhos dos moradores, que tem uma rotina completamente diferente dos turistas.

 

6. Malala

Malala Yousafzai foi a mulher mais jovem a receber um prêmio Nobel, aos 17 anos. A jovem paquistanesa, sobrevivente de um atentado do grupo fundamentalista islâmico Talibã, é reconhecida por seu engajamento na luta pelo direito das mulheres ao estudo.

No documentário dirigido por Davis Guggenheim é representada a luta da jovem, incluindo o momento em que ela discursou na ONU.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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7. Estrelas Além do Tempo

A ida do primeiro homem ao espaço não significou só um avanço tecnológico, mas também uma quebra de paradigma: o lançamento contou com trabalho de 3 mulheres negras, importantíssimas para o êxito da missão.

Em uma época em que a segregação racial ainda existia na sociedade norte americana, Katherine Johnson, Dorothy Vaughan (primeira supervisora negra da NASA) e Mary Jackson (primeira engenheira aeroespacial da NASA) gravaram seus nomes na história.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Campanhas e projetos para combater a violência contra a mulher e dar voz:

1. Mapa do Acolhimento

Iniciativa criada após a notícia do estupro coletivo no RJ, o site conecta mulheres terapeutas e advogadas com mulheres que precisam de ajuda e orientação. A equipe do site analisa os dados dos cadastros e faz a mediação para que o encontro presencial aconteça.

 

2. Cidades Seguras para Mulheres

O espaço público é um dos lugares em que as mulheres estão mais sujeitas ao assédio, e o projeto visa listar os problemas e as soluções para que as cidades se tornem mais seguras para o público feminino.

O site também traz depoimentos sobre alguns dos problemas apresentados, que deixam clara a importância das mudanças.

 

3. Chega de Fiu-Fiu

A campanha de 2013 visa combater o assédio sexual em espaços públicos, e contou com o depoimentos que geraram um mapa do assédio. 
O projeto também dá voz para mulheres que sofreram abusos, permitindo que elas tenham um espaço onde serão ouvidas e receberão apoio.

 

4. Vamos juntas?

O movimento criado em 2015 pela jornalista Babi Souza estimula que mulheres se aproximem sempre que estiverem em alguma situação com risco potencial, buscando a segurança na união.

Com grande repercussão nas mídias o movimento já apareceu na revista Elle Brasil, no programa “Encontro com Fátima Bernardes” e ganhou o mundo ao sair na matéria do jornal britânico The Guardian.

 

5. Mulheres na Computação / PrograMaria

Uma das precursoras da computação foi Ada Lovelace, conhecida como a primeira programadora do mundo.

Em uma área em que não é muito comum encontrar mulheres, Camila Achutti criou o Mulheres na Computação, para incentivar que cada vez mais garotas, meninas e mulheres criem gosto pela área.

O site está recheado de dicas de empreendedorismo e de conteúdos de valor para mulheres, além de reunir vagas de emprego na área da computação e tecnologia.

Também na área de tecnologia há o PrograMaria, que visa incentivar o aumento da presença feminina na engenharia, computação e ciência.

 

6. A Casa Rosa das Mulheres Ponto&Vírgula

Projeto criado em São Vicente para acolher, empoderar e orientar mulheres que sofreram violência. Oferece cursos e apoio para mulheres conquistarem independência.
Endereço: Rua Dr Júlio Prestes n. 59, Vila Valença, São Vicente/SP.

 

7. ONG Hella

Criada a partir do Projeto Cinderela, o foco é acolher mulheres que tenham passado por algum tipo de violência e garantir sua qualidade de vida.

As ações se concentram na Baixada Santista, na cidade de Santos.

 

Você conhece algum projeto bacana que não está aqui? Escreve para a gente que vamos incluir. 

 

A violência contra a mulher também acontece online, e elas costumam ser as maiores vítimas de uma violência virtual chamada de Pornografia de Vingança (Revenge Porn).
Caso você conheça alguém que já tenha sofrido, ou caso você tenha sido vítima dessa exposição, confira como denunciar e onde buscar apoio:

Pornografia de vingança: como denunciar e onde buscar ajuda.